Audiência Pública discutiu caminhos para melhorar a mobilidade urbana de Itapema

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20 MAR 2019

A semana começou com Audiência Pública na Câmara de Itapema, realizada no último dia 18/03. A mobilidade urbana do município estava em pauta, e foi debatida pelos vereadores Fabrício Lazzari (Fafá – Progressistas), Tanaka (PDT) e Yagan Dadam (PR), junto com autoridades convocadas e o público presente.

Estavam presentes, o deputado Estadual João Amin (Progressistas) que preside a Comissão de Transportes e Desenvolvimento Urbano da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc); o Secretário Municipal de Planejamento, Eliseu Cordeiro; Cabo Mota representando a Defesa Civil de Itapema; a Engenheira e Fiscal de Obras da Prefeitura, Raviane Mondini que também representou a Associação de Moradores do Centro (AMIC); e o Tenente Cáceres Miotto que veio representar a Polícia Militar de Itapema.

Nos seus primeiros comentários, Fafá – vereador proponente da audiência – comentou sobre a necessidade de melhorias no Plano de Mobilidade Urbana de Itapema, que segundo ele está defasado. A influência da BR 101 no trânsito de Itapema também esteve em discussão. “Uma das nossas lutas, hoje, é a retirada do posto da Polícia Rodoviária Federal do perímetro de Itapema, e novos elevados e ciclovias para as marginais, principalmente da Meia Praia e Centro, no Km 105”, pontuou o vereador. Fafá também reclamou da baixa participação popular na primeira audiência pública realizada pelo Legislativo em 2019.

João Amin levantou a questão do Sistema Ciclo Viário de Santa Catarina, projeto que propôs na Alesc e que foi sancionado pelo governador Moisés da Silva. “Essa iniciativa vem obrigar os municípios a se interligarem, e todas obras estaduais terão que contemplar a bicicleta como meio de transporte urbano”, explicou o deputado. O parlamentar criticou a ausência da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) e da Autopista Litoral Sul, concessionária da BR 101. “Ambas tinham a obrigação de estar nesta audiência. Itapema tem uma contribuição muito forte no pedágio e ela devia estar aqui prestando esclarecimentos! A ANTT está servindo de advogada da Autopista ao invés de ser advogada do cidadão”, cobrou.

Yagan também contribuiu com a discussão, e lembrou que o atual Plano de Mobilidade Urbana foi aprovado em 2017 e prevê, por exemplo, a implantação de 45 quilômetros de ciclovia e ciclofaixa em Itapema até o ano de 2027, porém, não fixa prazo para essas obras começam. “Isso depende de planejamento e orçamento, o que compete ao Poder Executivo. Esse é um dos problemas que temos, assim como a questão dos postes que atrapalham a mobilidade nas calçadas”, registrou.

O secretário de Planejamento Urbano, Eliseu Cordeiro, afirmou que o passo mais importante do Plano, era sua aprovação, o que já aconteceu. “Uma das nossas grandes preocupações é a ligação das ciclofaixas entre os bairros dos municípios”, alegou. Entre obras e projetos em andamento, relativos ao Plano, ele citou a implantação de ciclovias no trecho entre o Trevo das Peixarias até a Avenida Nereu Ramos, seguindo até na ponte do Rio Perequê. “A Terceira Avenida já está com projeto aprovado pela Caixa Econômica, através do programa Avançar Cidades e, em breve devemos iniciar a execução das obras”, citou. Para a Rua 406 e 406-C, Eliseu afirmou que serão investidos R$ 15 milhões na construção de 2 mil metros de calçadas, 900 metros de ciclovia, 1.700 metros de sinalização viária, entre outros itens.

Na sua participação, a engenheira Raviane disse que a implantação de ciclovias depende, principalmente, de vontade política, já que o custo é ínfimo se comparado à implantação de uma rua pavimentada. “Mas hoje um dos problemas que temos que nos preocupar pelos próximos anos, é a questão estrutural da ponte do Rio Perequê, que apresenta muita corrosão e armadura aparente. Aproveito e já deixo registrado o pedido de auxílio nessa questão, ao deputado estadual presente”, reivindicou.

A audiência foi conduzida pelo vereador Tanaka, que é o presidente da Comissão de Justiça na Câmara. Para ele, quando se fala em mobilidade urbana, é preciso se pensar em um universo de possibilidades que envolve: ciclistas, deficientes físicos, skatistas, triciclos motorizados pelas ruas e calçadas, ônibus, pedestres, carrinho de bebê, bicicleta de bebê. “Temos um mundo hoje, então algo tem que ser feito!”, pontuou. Para Tanaka, somente com pressão política e participação popular, é que essas melhorias vão sendo implantadas.

 

População presente participou deixando reivindicações e críticas

O primeiro cidadão a se manifestar foi Richard Bronze que defendeu a necessidade de pensar na mobilidade urbana para deficientes físicos. Quando falamos de mobilidade, pensamos em bicicleta, às vezes em carros, mas esquecemos que ela deve envolver os deficientes físicos, e a nossa cidade peca muito nessa área”, opinou. Para ele também é preciso solucionar os problemas de pavimentação, já que o asfalto facilita o deslocamento de pessoas com mobilidade reduzida.

Uma das Diretoras da Associação dos Deficientes Físicos de Itapema (ADI), Valdirene de Souza, também levantou a questão da acessibilidade. “Ando muito com meu filho cadeirante pelas ruas. Moro no Alto São Bento e lá a maioria das ruas são de paralelepípedo, e posso dizer que é horrível, é difícil! As calçadas tem buraco, desníveis, nossas ruas não são nada acessíveis para cadeirantes e pais com carrinhos de bebê, e também para deficientes visuais. É preciso olhar com carinho para essa questão”, defendeu.

Para a ativista Tarsila Campos, a baixa participação popular nas audiências é porque as pessoas estão desanimadas com promessas e melhorias que não estão acontecendo de fato.