Câmaracast: como um cego faz compras no mercado?
Parece incrível, mas essa semana conhecemos um cego que “enxerga” muito melhor do que muitos de nós. O nome dele é Marcos Hoeschel.
24 AGO 2023Parece incrível, mas essa semana conhecemos um cego que “enxerga” muito melhor do que muitos de nós. O nome dele é Marcos Hoeschel, morador de Balneário Camboriú, cego há 3 anos e embaixador da Escola de Cães Guias Helen Keller, além de ser paratleta.
Diante da votação do PL 59/2023 – que quer tornar obrigatório que mercados de Itapema disponibilizem funcionários capacitados para auxiliar deficientes visuais e cegos em suas compras – conhecemos o Marcos, que quando foi consultado para dar entrevista sobre o tema para a TV Câmara, quis acompanhar pessoalmente a votação do projeto pela Câmara de Itapema.
Lá veio ele e sua cão guia, a Dubai, de ônibus de Balneário até Itapema. E a presença dele no nosso plenário mexeu com toda nossa equipe… Nós fizemos uma primeira pergunta tão óbvia, que a resposta automática escancarou a cegueira da nossa sociedade diante do diferente. Além de não sabermos lidar, não estamos preparados para a inclusão real.
Como é possível um cego fazer compras num mercado sem ajuda? A resposta tão simples abriu um leque de outras perguntas ainda mais abrangentes: e no restaurante, e numa loja, e na padaria, e no ônibus, como eles fazem? E nas calçadas sem acessibilidade alguma, ou com piso tátil colocado de maneira errada?
Todas essas perguntas nós fizemos para o Marcos no nosso CâmaraCast da semana que, sem dúvida, é um dos materiais de maior utilidade pública que já produzimos.
Com bom humor e muitas doses de realidade, ele relata situações que enfrenta diariamente. Constrangimentos, acolhimentos e dificuldades para ter uma vida normal, apesar da sua limitação visual.
Desafiamos empresários, estudantes, colaboradores de empresas, professores, e toda cidade a assistir, para chegar a uma conclusão tão óbvia quanto a nossa: temos muito o que melhorar. E não, não é tão difícil quanto parece, e é possível sim!
Desde já, deixamos algumas lições que aprendemos com Marcos e compartilhamos com você:
– Quer ajudar um cego? Não o puxe pelo braço. Ofereça ajuda falando com ele e oferecendo o seu braço para apoiá-lo e direcioná-lo.
– Quer ajudar e não sabe como? Um simples: “você precisa de ajuda?” é um ótimo começo.
– Não tenha vergonha de dizer: “olá, eu sou fulano e estou aqui na sua frente”, para que o cego ou deficiente visual saiba que você está ali falando com ele.
– Nunca chame a atenção, nem encoste em um cão guia enquanto ele orienta um cego.
– O treinamento de equipes tem baixo custo, mas um alto valor agregado: inclusão e empatia!
“Sou cego, não sou surdo, nem mudo. Se me perguntarem alguma coisa eu vou responder e eu não mordo. Mas é frequente as pessoas não falarem comigo. Faz 3 anos que estou cego, e uma única vez fui bem atendido dentro da minha necessidade” – Marcos Hoeschl.
Agora é com você: dá um play, assiste até o final e compartilhe com o maior número de pessoas esse conteúdo. Porque uma sociedade melhor depende de todos nós.