Câmara discute funcionamento da maternidade de Itapema
Confira!
15 JUL 2015
Conselho de Saúde do Bairro Morretes cobra respostas sobre fechamento da maternidade do Hospital Santo Antonio, que, oficialmente, sequer chegou a ser inaugurada pelo município
O tema da Tribuna do Povo desta semana, levantado pela cidadã Ana Lúcia Ramos Diniz – representante do Conselho de Saúde do Bairro Morretes – tomou conta do plenário: o fechamento da maternidade que funcionou por apenas 30 dias no Hospital de Itapema, o Santo Antonio.
Há anos a ausência de uma maternidade no município gera polêmica. E o quase funcionamento dela, com o registro de 30 partos realizados, levantou alguns questionamentos e um pedido de investigação do Conselho do Morretes à Câmara de Vereadores: “de acordo com o contrato do hospital, a empresa que administra o Santo Antonio tinham prazo pra abertura e funcionamento da maternidade, até abril. Sentimos que há uma coisa muita estranha que gostaríamos que os vereadores investigassem: o nosso prefeito, em reunião no Bairro Praiamar, afirmou que ele nunca inaugurou a maternidade. Sendo assim, uma maternidade que não foi inaugurada não pode ser fechada! Mas 30 crianças nasceram lá dentro. Mas depois fecharam e mandaram a equipe embora da noite pro dia. Isso tudo temos como comprovar e está muito estranho!”, explicou Ana Lúcia na Tribuna do Povo.
Em seu pronunciamento, ela afirmou que esse questionamento foi repassado ao Conselho Municipal, para que esse cobrasse explicações da Secretaria de Saúde. “Tivemos uma resposta falada. Acho que deveria ter sido escrita e assinada. Mas o Secretário de Saúde nos respondeu que a maternidade foi fechado porque era inviável financeiramente mantê-la. Isso é tudo muito confuso! O prefeito não inaugurou a maternidade, as crianças nasceram, depois fecharam a maternidade, e o Secretário diz que fecharam por falta de verba? Isso tem que ser muito bem investigado”, cobrou a conselheira.
Ana Lúcia criticou o desencontro de informações e cobrou o cumprimento do contrato entre o Município de Itapema e o Instituto Adonhiran, responsável pela gestão da unidade hospitalar do município. “Diante do atraso no contrato, ou eles pagam a multa estabelecida, ou que a rescisão do contrato seja feita. Estamos providenciando um abaixo assinado e já temos bastante assinaturas, onde o povo de Itapema exige que: ou se inaugure nossa maternidade, ou seja cancelado o contrato com essa empresa!”. Antes de encerrar seu discurso, a conselheira de saúde cobrou união dos vereadores, e pediu que investiguem os fatos relatados na Tribuna. “Peço aos vereadores que nos ajudem a abrir a nossa maternidade! Apuramos que os equipamentos pra maternidade estão em perfeitas condições, só falta a equipe. Isso é um absurdo. Temos uma cidade tão rica, mas nossas crianças não tem onde nascer”, encerrou.
***Vereadora Nilza solicita audiência pública pra discutir o caso
Após o relato de Ana Lúcia, os vereadores se manifestaram. A primeira a falar, foi a vereadora Nilza Simas (PSD), que sugeriu ao presidente do Legislativo, Xavier Legarrea (PMDB), a realização de uma audiência pública pra discutir a questão do Hospital Santo Antonio. “A discussão é muito mais ampla. Acredito que a maior necessidade para a saúde de Itapema, hoje, é discutir a vocação desse hospital. Se realmente queremos a maternidade ou vamos buscar especialização em outra área. Porque não podemos fazer excelência em tudo. E o Hospital tem que nos dar essa resposta, apresentando dados, números de atendimentos”, opinou Nilza, sugerindo a realização de uma audiência pública pela Câmara.
Para Nilza, é preciso ouvir a direção do Hospital, a população, os Conselhos, Secretaria de Saúde, Câmara e todos os envolvidos, para aprofundar a discussão e dar um rumo para o Hospital Santo Antonio. “Pior que um serviço de saúde aberto, é que ele seja mal feito. Se a gente não conseguir abrir a maternidade, então temos que buscar um convenio sério com outro município, pra que nossa gestante chegue e seja atendida. Agora, se vamos abrir, vamos fazer com qualidade”, registrou.
Ela também cobrou mais investimento do setor privado na saúde pública de Itapema. “Os empresários da construção civil não podem esquecer que também tem a responsabilidade de promover saúde. Porque pode ter dinheiro, plano de saúde, pode ter tudo! O protocolo de atendimento do Samu e dos Bombeiros é igual pra todo mundo: encaminha pro Hospital Santo Antonio!”, cobrou.
O líder do governo na Câmara, vereador Paulo Camargo (PSDB), usou a palavra para registrar que a maternidade do Hospital foi aberta por conta e risco do Instituo Adonhiran. “Existe uma cláusula no contrato que diz que, assim que eles tivessem condições de manter uma maternidade ali, o município teria que arcar com mais R$ 230 mil mensais de repasse. Hoje já são repassados R$ 535 mil ao Hospital. Por isso o Instituto abriu o atendimento realizando esses 30 partos, pra fazer uma coleta de dados e saber se conseguiriam manter a maternidade com o nível de excelência necessário”, explicou.
O vereador Mouzatt Barreto (DEM) garantiu que os vereadores de Itapema estão sensíveis a essa causa, e que também é preciso analisar a viabilidade de se manter uma maternidade no município. “Temos que analisar se o valor que esse instituto pediu pra implantar a maternidade, é viável. Se tivesse atendimentos só de moradores de Itapema, talvez tenha condições de suportar com essa estrutura, mas atendemos mais dois municípios”, ponderou o vereador.
Ao final das discussões, o presidente da Câmara, vereador Xavier Legarrea, confirmou a realização de uma audiência pública sobre o tema, e opinou: “não adianta ter Hospital e atender a demanda dos municípios de Porto Belo, Bombinhas e Tijucas. Assim nunca vai dar certo. Temos muito que discutir sobre esta questão”. A Audiência vai ser convocada pelo Legislativo, após o recesso parlamentar de duas semanas, período no qual não são realizadas Sessões Ordinárias, mas quando a Câmara continua atendendo ao público em seu horário normal.
O tema da Tribuna do Povo desta semana, levantado pela cidadã Ana Lúcia Ramos Diniz – representante do Conselho de Saúde do Bairro Morretes – tomou conta do plenário: o fechamento da maternidade que funcionou por apenas 30 dias no Hospital de Itapema, o Santo Antonio.
Há anos a ausência de uma maternidade no município gera polêmica. E o quase funcionamento dela, com o registro de 30 partos realizados, levantou alguns questionamentos e um pedido de investigação do Conselho do Morretes à Câmara de Vereadores: “de acordo com o contrato do hospital, a empresa que administra o Santo Antonio tinham prazo pra abertura e funcionamento da maternidade, até abril. Sentimos que há uma coisa muita estranha que gostaríamos que os vereadores investigassem: o nosso prefeito, em reunião no Bairro Praiamar, afirmou que ele nunca inaugurou a maternidade. Sendo assim, uma maternidade que não foi inaugurada não pode ser fechada! Mas 30 crianças nasceram lá dentro. Mas depois fecharam e mandaram a equipe embora da noite pro dia. Isso tudo temos como comprovar e está muito estranho!”, explicou Ana Lúcia na Tribuna do Povo.
Em seu pronunciamento, ela afirmou que esse questionamento foi repassado ao Conselho Municipal, para que esse cobrasse explicações da Secretaria de Saúde. “Tivemos uma resposta falada. Acho que deveria ter sido escrita e assinada. Mas o Secretário de Saúde nos respondeu que a maternidade foi fechado porque era inviável financeiramente mantê-la. Isso é tudo muito confuso! O prefeito não inaugurou a maternidade, as crianças nasceram, depois fecharam a maternidade, e o Secretário diz que fecharam por falta de verba? Isso tem que ser muito bem investigado”, cobrou a conselheira.
Ana Lúcia criticou o desencontro de informações e cobrou o cumprimento do contrato entre o Município de Itapema e o Instituto Adonhiran, responsável pela gestão da unidade hospitalar do município. “Diante do atraso no contrato, ou eles pagam a multa estabelecida, ou que a rescisão do contrato seja feita. Estamos providenciando um abaixo assinado e já temos bastante assinaturas, onde o povo de Itapema exige que: ou se inaugure nossa maternidade, ou seja cancelado o contrato com essa empresa!”. Antes de encerrar seu discurso, a conselheira de saúde cobrou união dos vereadores, e pediu que investiguem os fatos relatados na Tribuna. “Peço aos vereadores que nos ajudem a abrir a nossa maternidade! Apuramos que os equipamentos pra maternidade estão em perfeitas condições, só falta a equipe. Isso é um absurdo. Temos uma cidade tão rica, mas nossas crianças não tem onde nascer”, encerrou.
***Vereadora Nilza solicita audiência pública pra discutir o caso
Após o relato de Ana Lúcia, os vereadores se manifestaram. A primeira a falar, foi a vereadora Nilza Simas (PSD), que sugeriu ao presidente do Legislativo, Xavier Legarrea (PMDB), a realização de uma audiência pública pra discutir a questão do Hospital Santo Antonio. “A discussão é muito mais ampla. Acredito que a maior necessidade para a saúde de Itapema, hoje, é discutir a vocação desse hospital. Se realmente queremos a maternidade ou vamos buscar especialização em outra área. Porque não podemos fazer excelência em tudo. E o Hospital tem que nos dar essa resposta, apresentando dados, números de atendimentos”, opinou Nilza, sugerindo a realização de uma audiência pública pela Câmara.
Para Nilza, é preciso ouvir a direção do Hospital, a população, os Conselhos, Secretaria de Saúde, Câmara e todos os envolvidos, para aprofundar a discussão e dar um rumo para o Hospital Santo Antonio. “Pior que um serviço de saúde aberto, é que ele seja mal feito. Se a gente não conseguir abrir a maternidade, então temos que buscar um convenio sério com outro município, pra que nossa gestante chegue e seja atendida. Agora, se vamos abrir, vamos fazer com qualidade”, registrou.
Ela também cobrou mais investimento do setor privado na saúde pública de Itapema. “Os empresários da construção civil não podem esquecer que também tem a responsabilidade de promover saúde. Porque pode ter dinheiro, plano de saúde, pode ter tudo! O protocolo de atendimento do Samu e dos Bombeiros é igual pra todo mundo: encaminha pro Hospital Santo Antonio!”, cobrou.
O líder do governo na Câmara, vereador Paulo Camargo (PSDB), usou a palavra para registrar que a maternidade do Hospital foi aberta por conta e risco do Instituo Adonhiran. “Existe uma cláusula no contrato que diz que, assim que eles tivessem condições de manter uma maternidade ali, o município teria que arcar com mais R$ 230 mil mensais de repasse. Hoje já são repassados R$ 535 mil ao Hospital. Por isso o Instituto abriu o atendimento realizando esses 30 partos, pra fazer uma coleta de dados e saber se conseguiriam manter a maternidade com o nível de excelência necessário”, explicou.
O vereador Mouzatt Barreto (DEM) garantiu que os vereadores de Itapema estão sensíveis a essa causa, e que também é preciso analisar a viabilidade de se manter uma maternidade no município. “Temos que analisar se o valor que esse instituto pediu pra implantar a maternidade, é viável. Se tivesse atendimentos só de moradores de Itapema, talvez tenha condições de suportar com essa estrutura, mas atendemos mais dois municípios”, ponderou o vereador.
Ao final das discussões, o presidente da Câmara, vereador Xavier Legarrea, confirmou a realização de uma audiência pública sobre o tema, e opinou: “não adianta ter Hospital e atender a demanda dos municípios de Porto Belo, Bombinhas e Tijucas. Assim nunca vai dar certo. Temos muito que discutir sobre esta questão”. A Audiência vai ser convocada pelo Legislativo, após o recesso parlamentar de duas semanas, período no qual não são realizadas Sessões Ordinárias, mas quando a Câmara continua atendendo ao público em seu horário normal.