Câmara de Itapema lança exposição “Vida e Cores”
Confira!
08 SET 2015O hall de entrada da Câmara de Vereadores de Itapema ganhou um colorido especial nesta quarta-feira, dia 9, com o lançamento da exposição “Cores e Vida”, da artista plástica de Itapema, Berenice Torres. As telas que enfeitam o Legislativo fazem parte da terceira exposição realizada através do projeto Câmara Cultural, instituído pelo presidente da Câmara, Xavier Legarrea (PMDB).
As obras impressionistas e abstratas de Berenice Torres ficam expostas até o dia 23 de setembro. A visitação é aberta ao público de segunda a sexta-feira, das 12h30 às 18h30. Nas terças-feiras a visitação se estende até a noite, ficando aberta até o término da Sessão Ordinária da Câmara.
Conheça essa artista apaixonada pelas tintas e pelas cores
Berenice Torres tem alma de artista. E reconheceu isso cedo, quando ainda jovem, passou em frente a um ateliê de pintura. E assim foi pelos próximos dias, passava em frente ao local, e observava como aquele artista pintava. Assim começou o seu amor pelas artes, e especialmente pelas cores! Dessa observação, Berenice começou seus primeiros esboços e conta que pintava tudo o que via, rótulos, estampas, animais. A partir dessa cópia, começou a se aventurar pelo mundo infinito das cores, em busca da mistura perfeita para reproduzir o que queria. “Fui descobrindo tudo sozinha. Você já reparou quantas nuances de cor é preciso para pintar um abacaxi? Dessa observação comecei, até chegar na mistura de cor que eu queria”, lembra a artista plástica, que mora em Itapema desde 1996.
Berenice seguiu no caminho autodidata por seis anos, e tinha na arte uma fuga dos problemas diários. “Superei muita coisa ruim por causa da pintura”, conta. Depois começou a fazer aulas numa galeria de Foz do Iguaçu. Mas logo percebeu que tinha um grande dom, e voltou a se aventurar entre a observação e a experimentação. Começou a pintar tecidos e desvendou várias técnicas sozinha. Foi então que começou a dar aulas de pintura em tecido, e por 20 anos ensinou outras pessoas a pintar.
Ao longo de sua trajetória, Berenice Torres investiu também na pintura de telas. Passou por várias etapas do ensino acadêmico de artes, e ganhou a técnica que buscava, mesmo não tendo a formação completa. “Não me contentei e fui estudar, porque queria pintar telas. Mas não era o estilo que buscava. O conhecimento é fundamental, mas pintar também vai além da técnica”, explica a pintora. Quando chegou a Santa Catarina, ela conheceu o professor Diniz Domingues, de Itajaí, com quem aprendeu a técnica do impressionismo. “De perto, um borrão, mas de longe, um desenho. E aquilo me fascinou”. Desse deslumbramento encontrou uma forma de pintar que expressava o que sentia.
A artista plástica conta que demorou para encontrar o estilo de arte com o qual se identificava. E hoje define suas pinturas como impressionistas e abstratas. “É o que eu gosto de fazer”, comemora. Das pinceladas dedicadas ao mundo abstrato, Berenice decidiu abrir o primeiro ateliê de arte de Itapema, no ano 2000, o Bê Art, ao qual se dedicou por cinco anos. Mesmo depois que fechou o seu negócio, continuou pintando, mas precisou dar um tempo quando não tinha mais espaço para guardar suas obras. Foi quando decidiu que a artista tinha acabado. Guardou as telas e os pinceis. E abandonou as cores. “Quando a gente trabalha com arte, pode até dar um tempo. Mas não adianta fugir”, conta ela, lembrando que pouco depois de dois anos voltou a mexer com as tintas de novo.
E desde então, Berenice mantém sua produção em casa e viu no Projeto Câmara Cultural, uma oportunidade de voltar a divulgar o seu trabalho em Itapema. “A grande dificuldade que sinto hoje, é que quando não se tem um ateliê, é difícil achar um caminho de contato com o público. E Itapema tem poucos locais para exposições de arte”, afirma. Ela conta que sonha em voltar a dar aulas, e hoje também aprendeu sozinha a fazer arte com materiais reciclados como borra de café, caixas de leite, guardanapos, caixa de ovo e um diversidade inimaginável de materiais que se transformam pelas suas mãos em objetos de arte. A artista pensa em transformar esse conhecimento em um projeto social no município.
Toda sua busca até aqui, aos 56 anos, é para que possa viver do que realmente gosta de fazer, mesmo diante das dificuldades pelo caminho. “Eu tenho que pintar. Tenho que botar para fora. Mas eu não quero só pintar, quero ter um retorno do meu trabalho”, planeja Berenice, contente com a exposição que preparou para colorir o hall da Câmara de Vereadores de Itapema. Ela pintou três novas telas especialmente para a exposição “Cores e Vida”, que segundo ela, retrata a sua trajetória de criação e resume sua vida e as cores que tanto gosta.