Vereadores discutem o caso do tomógrafo abandonado no CTG de Itapema
Confira!
27 MAI 2015O caso do tomógrafo recebido pelo município de Itapema em 2013, através do pedido das vereadoras Nilza Simas (PSD) e Zulma Souza (DEM), voltou à mídia esta semana. O equipamento de tomografia chegou até o município através de uma doação da Secretaria Estadual de Saúde, por intermédio das vereadoras e do deputado estadual, Darci de Matos (PSD). O assunto foi discutido durante a Sessão Ordinária desta terça-feira, dia 26, na Câmara de Itapema.
Na última semana, os vereadores Fabrício Lazzari (PP), Vanio Cesar (PT) e Wanderley Dias (DEM), denunciaram o fato do aparelho estar abandonado no galpão do CTG de Itapema e de ainda não ter sido utilizado pelo Município. “A gente vê que não houve nenhum interesse do Executivo em colocar esse aparelho para a população e ali ele está há dois anos. Peço que os gestores do município se expliquem”, declarou Vanio em entrevista à imprensa local. Os vereadores também denunciaram o caso ao Ministério Público.
A ação dos vereadores causou polêmica e reação do Governo Municipal, que se defendeu afirmando que o tomógrafo foi oficialmente devolvido à Secretaria Estadual da Saúde em abril de 2014, e que a mesma deveria vir buscá-lo. Porém, a Secretaria alega que é responsabilidade do município devolver o equipamento. No documento de devolução enviado à Câmara de Vereadores há pouco mais de um ano, a Prefeitura justifica dizendo que o tomógrafo é obsoleto, tratando-se de um equipamento antigo (fabricado em 1998), cuja vida útil média é de dez anos e cuja manutenção para voltar a funcionar era muito onerosa para o Município. “Em 2013, realizamos 650 tomografias, que custaram ao município R$ 68 mil, enquanto para utilizar o tomógrafo, entre a equipe para operar o equipamento, aluguel de sala e sua manutenção, teríamos um custo de aproximadamente R$ 250 mil”, comparou a Prefeitura no documento recebido pelos vereadores.
Para comentar o caso e defender o Governo, o vereador Paulo Camargo (suplente que ocupa a cadeira de Sebastião Silva, ambos do PSDB), fez uso da Tribuna Parlamentar, aonde classificou as denúncias como mentirosas e acusou os vereadores de oposição de oportunismo com o caso, pois os mesmos sabiam que o equipamento havia sido devolvido ao Estado ano passado. “Para minha surpresa, essas pessoas que sabiam da devolução do tomógrafo, trazem essa denúncia. A responsabilidade do município existe, por isso ele foi deixado lá, lacrado, como recebido do Estado, mas hoje está violado. As pessoas que arrombaram o CTG e as caixas aonde estavam o tomógrafo, vão responder judicialmente. Eu espero que esta ação dos vereadores tenha sido realmente uma preocupação com o bem público, e não um ato politiqueiro, ligado ao pleito de 2016, que parece ter sido antecipado”, declarou Paulinho. Ele apresentou ao plenário toda documentação da Prefeitura, referente ao caso do tomógrafo.
O vereador Wanderley Dias (DEM) rebateu o que considerou insinuações de que os vereadores arrombaram e violaram a porta do centro de eventos o lacre do equipamento, e declarou na Tribuna Parlamentar que a grande questão é que o tomógrafo foi devolvido apenas nos documentos oficiais ao Governo do Estado, e não de fato. “Não preciso ir arrombar portas para fazer meu trabalho de fiscalizador e tenho a minha dignidade, não faria isso. E se qualquer pessoa for lá no CTG e ver as portas caindo do jeito que estão, vai perceber que aquele local não tem condições de abrigar um aparelho como esse. Você sabia, vereador Paulinho, que o tomógrafo contém radioatividade, então por que se encontra naquele local, aonde tantas pessoas circulam, e daquele jeito? Minha crítica é: por que ele ainda está lá? E se furtam esse equipamento, de quem vai ser a responsabilidade”, questionou o vereador Ley.