Servidores municipais voltam a protestar na Câmara

Na 11ª Sessão Ordinária do ano (25/04), a Câmara de Vereadores de Itapema foi ponto de encontro para uma manifestação popular
26 ABR 2017
Na 11ª Sessão Ordinária do ano (25/04), a Câmara de Vereadores de Itapema foi ponto de
encontro para uma manifestação popular que juntou mais de 200 servidores e servidoras
públicos da cidade. Dentre os gritos de ordem, eles reivindicaram o reajuste anual previsto por
Lei à categoria. Desde fevereiro o Sindicato dos Servidores Municipais (Sisemi) trata com a
Prefeitura para garantir a reposição da inflação do período aos trabalhadores. Em março,
diante da negativa do Governo em conceder tal reajuste, houve a primeira manifestação na
Câmara.

“Nenhum direto a menos” foi o pedido geral dos servidores públicos no plenário, diante dos
vereadores. Uma faixa acompanhou o protesto e estampava a frase: “O servidor público
merece um salário decente”. O presidente do Sisemi, Aristóteles Goulart, subiu à Tribuna do
Povo e discursou para os servidores e vereadores. “Essa é a segunda vez que subo a essa
tribuna, e o motivo é o mesmo: estamos sendo desvalorizados pela gestão municipal”, iniciou
Aristóteles.

Por dez minutos, ele falou e contestou algumas atitudes da Prefeitura. “Mesmo com
dificuldades, os municípios vizinhos estão conseguindo pagar o reajuste a seus servidores. Não
podemos confundir reajuste salarial com aumento de salário. A prefeitura, na imprensa, insiste
em dizer que não há condições de reajustar nosso salário, mas, para nossa surpresa, eles
lançaram um processo seletivo para contratar mais trabalhadores”, analisou.
O reajuste, neste caso, é a reposição inflacionária. Por lei, o poder público é obrigado a
repassar para os servidores o valor perdido para a inflação que, neste ano, representa 5,43%,
segundo os índices oficiais da economia brasileira. O Sindicato contratou um economista para
ajudá-los na garantia deste direito. Segundo presidente Ari, o especialista vai analisar o
orçamento do município, para apresentar à Prefeitura uma forma de garantir o repasse da
inflação aos servidores de carreira.

Goulart continuou seu discurso pedindo uma explicação da prefeita Nilza Simas e assegurando
que, se a categoria decidir, o sindicato irá declarar greve. “Nós precisamos de uma explicação.
A prefeita nos manda esperar, mas esperar até quando? O que efetivamente será feito? Nós
não estamos em greve, afinal, não é o Sindicato que decide por uma paralisação. Mas, se os
servidores decidirem pela greve, o sindicato vai acatar e estar junto na luta”, garantiu o
presidente do Sisemi.

Yagan Dadam, vereador do PR, aproveitou a ocasião para subir à tribuna parlamentar e
defender os servidores. Com a constituição em mãos, Yagan disse que o direito ao reajuste
está assegurado por ela. “A correção monetária não é lucro, nem ganho, muito menos
privilégio, é um direito que o servidor tem. O quadro atual demonstra desprezo ao quadro
funcional”, afirmou o vereador. “Nós, vereadores, temos o dever de contribuir para recuperar
o respeito e a imagem dos servidores perante a sociedade. Se o texto constitucional não for
cumprido, estará se homenageando quem não cumpre as leis”, finalizou.